Mania D, banda que antecede o famigerado Malaria, praticamente um hino das baladas góticas anos 80, quem frequentou o Madame Satã em sua primeira fase, certamente me entenderá, toda vez que tocava o hit Your turn to run, a galera dark vibrava, principalmente nos dias de Open bar, mas voltemos ao Mania D ,banda formada em Berlim 1979, classificada pela crítica de Neue Deutsche welle, a priori eram 5 garotas, Karin Luner bateria, Beate Bartel baixo, Eva Grossling Saxofone, Grudun Gut sintetizador e Bettina Koster saxofone.
Elas fizeram parte de um movimento feminino, chamado de diletantes engenhosas, outras bandas que tiveram passagem das meninas foram, Liaisons Dangereuses, Einsturzende Neubauten e Die Krupps, na época a baterista Karin Luner era estudante de artes antes de montar a banda Mania D, inclusive participou do filme Boried, durante sua ida a New York para se dedicar aos estudos.
Após esmiuçar a respeito da banda, encontrei uma entrevista rara delas de 1980, na qual disponibilizo com o maior prazer ao leitor.
Entrevista
Quais foram suas influências ?
A maior influência foram nós mesmas, isto é, nossa música foi um estrondo interior, no início tudo era improviso, até que percebemos alguns ritmos e melodias que davam para acrescentar, por exemplo o jazz, de modo que começamos a escrever algumas faixas, pouco a pouco, desta forma fomos montando nossa estrutura musical.
Desde o início vocês não se encaixaram em padrões da new wave ou punk, como era o clima nos shows e como os punks reagiram ?
A reação deles foram variadas, no começo queriam nos pegar, bem como nos boicotaram, nossa música incomodava-os, hoje em dia estão mais tranquilos e tolerantes, quanto a certo padrões não somos uma nova new wave, tampouco éramos uma banda punk não queremos rótulos, simplesmente fazemos música com sentimentos não estamos preocupadas com novas tendências, embora somos fãs de Joy division, nossos sons são distintos.Começamos em Agosto de 1979, éramos em 5, agora somos em 3
Se surgisse um novo estilo musical, vocês mudariam o ritmo ?
Não, pois não queremos fazer qualquer tipo de música, mas sim o que melhor se adapta ao nosso sentimento, claro que nossa música mudará ao logo do tempo, uma vez que também mudaremos como pessoas.Acho que a moda sempre expressa algo do presente, não posso falar mal da moda, porque ela pode refletir algo que acontece ao nosso redor
Os punks pararam de perseguirem vocês ?
Ao menos aqui em Berlim, deixaram-nos em paz, aliás alguns estão vindo para os shows, mas se não vierem tudo bem, pois não são nossos principais ouvintes, acontece que uma banda formada só por garotas, fazendo um som adverso ao ritmo punk, deixaram-nos assustados.
Algumas pessoas classificam nossa música como complexas outras nos chamam de diletantes engenhosas, há quem diga que nosso som é mais brutal do que banda masculina, ou seja, há varias opiniões sobre nós.
A música é uma forma de vocês se livrarem da agressividade ?
Não nos consideramos uma banda agressiva, nosso som consegue nos conectar simultaneamente e chamar a atenção de cada integrante, isto é, compreendemos o que cada uma faz no palco.
Em resumo a banda atuou em de 1979 a 1981, tocaram em New York em Outubro de 1979, sua carreira também ficou marcada pelo show no lendário clube nova-iorquino SO36, devido ao frio intenso naquele dia, a banda terminou em 1981, daí surgiu o emblemático Malaria.
Discografia
Live in Dulssedorf - Eisengrau 1980
Track 4 - Ep - Monogram 1980
