Whirlywirld, foi um projeto de Ollie Olsen no final dos anos 70 e início dos 80. Surgida no caldeirão criativo de Melbourne, a banda foi a primeira de uma série de colaborações marcantes entre Olsen e o baterista John Murphy, dois nomes essenciais para quem quer entender a trilha mais obscura e eletrônica do underground australiano.
Ollie Olsen começou sua trajetória em 1976 como guitarrista da banda The Reals, que chegou a dividir palcos em salões suburbanos com os The Boys Next Door, banda seminal que mais tarde se transformaria no The Birthday Party. Após sua passagem pelos Reals e pelo breve projeto The Negatives.
Olsen fundou The Young Charlatans, ao lado de Rowland S. Howard, Jeffrey Wegener e Janine Hall um verdadeiro supergrupo embrionário, cujos membros deixariam marcas profundas em outras bandas lendárias como Laughing Clowns, The Saints e os próprios Boys Next Door.Apenas com essa ficha corrida, já daria pra colocar Olsen no panteão dos arquitetos do pós-punk australiano. Mas foi com a Whirlywirld que ele rompeu de vez com as convenções do rock.
Formada em 1978, a Whirlywirld nasceu com uma missão clara: deixar as guitarras em segundo plano e explorar sintetizadores, ruídos, loops e atmosferas eletrônicas, distanciando-se do formato tradicional das bandas punk da época. A formação inicial trazia Olsen (já imerso em “eletrônicos” ao invés de guitarra), Murphy na bateria e percussões variadas, além dos tecladistas Andrew Duffield e Simon Smith, e o guitarrista Dean Richards.
Apesar de ensaiarem com rigor, a banda se apresentava ao vivo muito raramente. A estreia nos palcos aconteceu no lendário The Crystal Ballroom em 1979, pouco depois do lançamento do primeiro EP homônimo. Duffield sairia logo após para se juntar aos Models, sendo substituído por Philip Jackson.
Ao todo, a Whirlywirld fez apenas 14 apresentações ao vivo em toda sua existência — mas cada uma delas foi um evento. Mudanças de formação seguiram, com Richards, Jackson e Smith deixando a banda. Entraram Arnie Hanna (guitarra) e Greg Sun (baixo), enquanto Olsen e Murphy mergulhavam ainda mais fundo nas possibilidades sonoras com saxofone, clarinete, loops de fita e percussões eletrônicas.
Essa nova fase da banda foi registrada em dezembro de 1979 no estúdio York St., resultando em um segundo EP, novamente autointitulado, lançado em fevereiro de 1980 um verdadeiro artefato sonoro de vanguarda.
Com o fim da banda, Olsen e Murphy seguiram juntos em projetos como The Beast Apparel, Hugo Klang (com performances na Inglaterra e o single Beat Up The Old Shack) e posteriormente na cultuada Orchestra of Skin and Bone. No fim dos anos 80, Olsen encerraria a parceria formando o grupo NO, enquanto Murphy seguiria sua jornada em outras frentes experimentais.
Ambos ainda voltariam a se cruzar no Max Q, projeto inusitado de Olsen com Michael Hutchence, do INXS uma colaboração que colocou músicos do subterrâneo lado a lado com o mainstream australiano.Em 1986, Olsen regravou "Win/Lose" para a trilha sonora do cultuado filme Dogs in Space, e a canção "Rooms for the Memory", cantada por Hutchence e originalmente da Whirlywirld, se tornaria um hit nacional em 1987 uma espécie de vingança tardia das sombras sobre os holofotes do pop.
Discografia
Whirlywirld - ( 1979) Ep
Whirlywirld - ( 1980) Ep
The Complete Studio Works (1986) Coletânea
Singles
"Sextronics"/"Eyebrows Still Shaved" (1980)
0 comentários:
Postar um comentário