domingo, 30 de março de 2025

Pel mel - Pós-punk australiano

O Pel Mel, originário da vibrante cena musical de Newcastle, Nova Gales do Sul, surgiu em 1979, tecendo uma tapeçaria sonora que desafiava as convenções do rock local. Com uma mistura eclética de influências que variavam do pós-punk sombrio de bandas britânicas como The Cure e Joy Division ao ritmo contagiante do new wave, o grupo rapidamente se destacou por sua originalidade.

A formação inicial contava com Craig Robertson (baixo), Dave Weston (bateria), Graham Dune (guitar/vocal) e Judy McGee (vocal).

A mudança para Sydney em 1980 marcou um ponto de virada crucial, impulsionando a banda para o centro da cena musical emergente da cidade. O lançamento do single "No Word from China" em 1981, apesar de sua produção inicial modesta, capturou a atenção de críticos e fãs, revelando a capacidade do Pel Mel de criar melodias cativantes e atmosferas evocativas.

Ao longo de sua trajetória, o Pel Mel demonstrou uma evolução constante, transitando de um som inicial influenciado pelo punk para uma sonoridade pop mais refinada e distintiva. Álbuns como "Out of Reason" e "Persuasion" solidificaram sua reputação como uma banda inovadora e talentosa, capaz de combinar experimentação e acessibilidade.

Apesar de não terem alcançado o sucesso comercial mainstream, o Pel Mel deixou um legado duradouro na música australiana, influenciando gerações posteriores de artistas. Sua música, caracterizada por letras inteligentes, melodias memoráveis e uma atmosfera única, continua a ressoar com ouvintes que apreciam a originalidade e a ousadia.

O renascimento da banda em 2012, sob o nome de Pel Mel Organisation, e o lançamento de novas gravações e coletâneas atestam o impacto duradouro de sua música. A coletânea "Rags to Tatters" e o álbum ao vivo "I'm a TV" resgataram a essência da banda para um público novo, e o lançamento do álbum "Late, Late Show" em 2023, pela Efficient Space, demonstra que a banda continua relevante. A banda Pel Mel, é um grupo que continua relevante, para aqueles que apreciam a música autêntica.

Discografia

Out Of Reason  1982

Persuasion         1983

Singles & Eps

No word from China 1981

Head above water       1982

Blind Lead the blind water  1982

Pandemonium                      1983

Shoes should fit                    1983

Late, late show                      2023

 Rags To Tatters - The Best Of Pel Mel, Primary, 1 of 3

 

 


sexta-feira, 28 de março de 2025

Scars - Pós-punk escocês da cidade de Edinburgh

 The Scars, liderado por Robert King nos vocais, tinha em sua formação Paul Research na guitarra solo, John Mackie no baixo e Calumn Mackay na bateria. A banda estreou no cenário musical em 1979 com o single "Horrorshow"/"Adult/ery", lançado pelo selo independente Fast Product. Um de seus momentos marcantes foi a inclusão da faixa "Your Attention Please" como brinde na edição inaugural da revista de moda londrina i-D

Tal música faria parte do único álbum da banda, Author! Author!, lançado em 1981. O disco, apesar de não alcançar grande sucesso comercial na época, ganhou reconhecimento ao longo dos anos e foi eleito pelo jornal The Scotsman como um dos 100 melhores álbuns de rock e pop da Escócia, ocupando a 75ª posição.

O impacto da banda também chamou a atenção do lendário radialista John Peel, que os convidou para gravar duas sessões em seu programa da BBC, uma em fevereiro de 1980 e outra em maio de 1981.Mais do que apenas uma banda, o Scars fazia parte de um movimento artístico e literário dentro da cena punk experimental de Edimburgo. 

O grupo se reunia frequentemente no pub Tap o’ Lauriston, um ponto de encontro para músicos e artistas da cidade, próximo ao Edinburgh College of Art. Lá, dividiam espaço com bandas como The Fire Engines e The Cubs, ajudando a moldar a identidade sonora da época.

Em 1982, pouco antes de se desfazer, o Scars teve a oportunidade de sair em turnê como banda de apoio do The Church.Apesar do fim do grupo, sua música continuou influente. Em 2005, a faixa "Horrorshow" foi sampleada pelo duo eletrônico Lemon Jelly na música "'79 aka The Shouty Track", do álbum '64–'95

Durante a turnê de divulgação, o Lemon Jelly convidou os membros do Scars – incluindo o baterista original, Calumn Mackay – para tocar ao vivo os trechos sampleados em alguns shows, incluindo uma apresentação em Edimburgo. 

A memória da banda foi reavivada novamente em 2007, quando a BBC2 exibiu no programa TOTP2 uma performance ao vivo de "All About You", originalmente gravada no lendário The Old Grey Whistle Test em 1981. Anos depois, em 2010, o Scars surpreendeu os fãs ao realizar um show de reunião em Edimburgo, o primeiro em 25 anos.

O legado do grupo foi reconhecido no documentário Big Gold Dream, lançado em 2015, que explorou a vibrante cena pós-punk escocesa e sua importância dentro do movimento musical britânico.

Discografia

Author! Author!   1981

Live Valentino's Edinburgh Sunday June 21 1981  2010

Singles & EPs

Adult/ery / Horrorshow     1979

Love song                          1980

They Came And Took Her  1980

All about you                      1981 

Author! Author! EP             1981

Your Attention Please           1981

Hoorshow  vídeo                 2017

Scars (2), Secondary, 3 of 4

 


 

 

 

 

The Abwärts

 Abwärts é uma banda alemã de punk rock e pós-punk formada em 1979 em Hamburgo. Considerada uma das bandas mais influentes do punk alemão, eles misturam elementos de música experimental, industrial e new wave em seu som.

A banda foi fundada por Frank Ziegert (Frank Z.), (vocal e guitarra), Margita Haberland (percussão) Axel Dill (bateria) e Gisbert "Gibo" Kellersmann (baixo). Eles ganharam notoriedade rapidamente na cena underground alemã com sua abordagem sombria e letras críticas. Em 1980, lançaram o EP Computerstaat, que se tornou um hino do movimento punk alemão, denunciando o controle governamental e a tecnologia emergente. 

O primeiro álbum completo, Amok Koma (1981), trouxe uma sonoridade mais complexa, flertando com o pós-punk e o industrial. Durante esse período, Mark Chung e FM Einheit saíram da banda para se juntar ao Einstürzende Neubauten, um dos grupos mais experimentais da Alemanha.

Nos anos seguintes, Abwärts passou por diversas mudanças de formação, mas continuou lançando álbuns inovadores, incluindo Der Westen Ist Einsam (1982) e Ich sehe Dich (1987), onde incorporaram sintetizadores e uma pegada mais eletrônica.

Após um período de menor atividade, a banda retornou nos anos 90 com um som atualizado e um novo público. O álbum Kompetenz (1994) trouxe um estilo mais direto e pesado, mantendo o espírito crítico do grupo.

Abwärts continuou a lançar álbuns ao longo dos anos 2000 e 2010, como Krieg & Frieden (2011) e Smart Bomb (2018), mantendo sua abordagem provocadora e misturando punk com rock alternativo. Frank Z. permaneceu como o membro constante da banda, liderando a evolução do som.

Com mais de quatro décadas de carreira, Abwärts é uma das bandas mais longevas do punk alemão, influenciando gerações de músicos e mantendo sua postura crítica e independente. Sua fusão de punk, pós-punk e industrial os torna uma referência essencial dentro da música underground europeia.

Discografia

1980 – Amok Koma (LP)
1980 – Musik Für Deutsche GI's (Cassette)
1980 – Live (Cassette)
1982 – Der Westen Ist Einsam (LP/Cassette)
1987 – Abwärts (LP/CD)
1990 – Ich Seh Die Schiffe Den Fluss Herunterfahren (LP/CD/Cassette)
1991 – Comic-Krieg (LP/CD/Cassette)
1993 – Herzlich Willkommen Im Irrenhaus (LP/CD/Cassette)
1994 – Hurra (LP/CD/Cassette)
1995 – V8 (LP/CD)
2004 – Nuprop (LP/CD)
2007 – Rom (LP/CD)
2009 – Sei Auch Dabei - Live 2009 (Download)
2011 – Europa Safe (LP/CD)
2014 – Krautrock (LP/CD/Download)
2018 – Smart Bomb (LP/CD/Cassette/Download)
2021 – Live In Die 20er Jahre (LP/Download)
2023 – Superfucker (LP/CD/Download)
 
Abwärts, Secondary, 2 of 4

 

Siglo XX- Pós-punk Belga- (Século 20 em espanhol)

 Originária de Genk, uma sombria cidade industrial da Bélgica marcada pelo desemprego, pobreza, violência e abuso de drogas, o Siglo XX surgiu em meio ao cenário punk e ao espírito inquieto dos anos 80. O ambiente decadente serviu como pano de fundo perfeito para a sonoridade densa e introspectiva da banda. 

Membros: Antonio Palermo (guitar), Dirk Chauvaux (guitar, bass), Erik Dries (vocals), Klaas Hoogerwaard (drums), Guido Bos (bass, 1978-84), Chris Nelis (synthesizer, 1980-82).

O grupo traduzia essa atmosfera através de um baixo melancólico, guitarras minimalistas, batidas hipnóticas e efeitos gélidos, enquanto os vocais alternavam entre apatia, profundidade e aspereza. Embora negassem influências diretas do Joy Division, as semelhanças são inegáveis. Ainda assim, o Siglo XX se destacou por sua postura independente, sendo um dos pioneiros ao lançar, sem apoio de gravadoras, o single "The Naked and the Dead" em 1980.  

O nome da banda foi inspirado em um movimento anarquista da Guerra Civil Espanhola, e sua pronúncia pode variar entre "Siglo Iks Iks" e "Siglo Binte", de acordo com a forma de dizer "20" em espanhol. O Siglo XX emergiu da cena underground belga, seu som caracterizava-se por linhas de baixo pulsantes, guitarras etéreas e vocais sombrios, criando um clima frio e introspectivo. A banda se tornou um dos nomes mais representativos do coldwave europeu.

A banda lançou diversos EPs e álbuns ao longo de sua trajetória, incluindo:

"The Naked and the Death" (1980, EP) – Um de seus primeiros trabalhos, com um som cru e sombrio.

"Answer" (1983, LP) – Um dos álbuns mais icônicos, trazendo faixas marcantes como Dreams of Pleasure e Everything Is On Fire.

"Flowers for the Rebels" (1986, LP) – Um disco que consolidou sua sonoridade, misturando atmosferas melancólicas com um toque mais melódico.

"Fear and Desire" (1988, LP) – Explorando novas camadas sonoras, sem perder a essência do pós-punk sombrio.

"Under a Purple Sky" (1991, LP) – Último álbum de estúdio antes do fim da banda nos anos 90.

Embora não tenha alcançado o mainstream, Siglo XX construiu uma base de fãs fiéis e influenciou diversas bandas do cenário gótico e pós-punk. Seus discos continuam sendo cultuados por amantes do gênero e frequentemente aparecem em coletâneas de coldwave e darkwave.

Nos últimos anos, houve um revival do interesse pela banda, com relançamentos de seus discos e um reconhecimento renovado por parte de novas gerações de ouvintes.

O Siglo XX encerrou suas atividades em 1991. Após mais de uma década de carreira, a banda decidiu se dissolver, deixando um legado marcante no cenário pós-punk e coldwave europeu.

No entanto, em 2018, o grupo se reuniu para uma série de apresentações e relançamentos de seu catálogo, reacendendo o interesse por sua música entre novas gerações de ouvintes.

 Discografia

Siglo XX           1981

Answer              1983

Dubbel Album   1984

Studio Slides     1984

Live  Slides        1984

Siglo XX, Secundário, 10 de 21

 

 

quarta-feira, 26 de março de 2025

Euroshima- Gothic rock e Dark wave Argentino 80.

 Euroshima foi uma banda de Gothic Rock de Buenos Aires, Argentina, formada em meados dos anos 80. O grupo era composto por: Wanda (Vocal), Fabián Iribarne ( Guitarra), José WyszogrodRicardo Parrabere – (Baixo e Bateria Eletrônica).

O álbum, Gala, foi lançado em 1987 e apresentava um som monótono e minimalista, característico do início da década de 80, lembrando bandas como The Sisters of Mercy, The Cure, Siouxsie and the Banshees e Depeche Mode. Embora tenha tido uma carreira curta, com apenas esse lançamento, o Euroshima conquistou um público fiel e hoje é considerado uma banda cult no cenário underground argentino.

A sonoridade do grupo se assemelhava à de contemporâneos locais como Art Nouveau, La Sobrecarga e Fricción, mas trazia uma particularidade: ao invés de utilizar um baterista tradicional, optaram pelo uso de uma caixa de ritmos, o que conferia às faixas uma batida mecânica e repetitiva.

Visualmente, a banda evidenciava fortes influências da estética de Siouxsie and the Banshees e The Cure, especialmente na figura da vocalista Wanda. Com o fim do Euroshima, Fabián Iribarne e Ricardo Parrabere se juntaram ao projeto Avant Press, liderado por Leo García, embora seja um equívoco comum pensar que este último tenha sido integrante do Euroshima.

Euroshima lançou "Gala" em 1987 pela Polygram, conquistando o público sul-americano. Contudo, a falta de suporte da gravadora relegou o álbum ao esquecimento fora da região. A Twilight Records trouxe o álbum de volta à luz em 2020, em formato CD, mas agora, a Dark Entries oferece a primeira edição em vinil, celebrando sua importância.

"Gala" é um marco do darkwave, e sua reputação entre os apreciadores do gênero é inegável. As nove faixas do álbum são um compêndio do que há de melhor no darkwave: guitarras cortantes, linhas de baixo analógicas hipnotizantes e vocais que ecoam a melancolia. Euroshima, no entanto, transcende as convenções do gênero com composições refinadas e uma atmosfera que evoca o insólito.  

Apesar da resistência da banda ao rótulo "gótico", "Gala" é um convite irresistível à imersão em um universo sombrio e cativante, com faixas como a pulsante "Como Los Otro" e a densa "Mejor Callarlo". Uma experiência sonora essencial para os admiradores de Xmal Deutschland, Lebanon Hanover, a batida marcante do TR-707 e a profundidade dos sintetizadores melancólicos.

Este relançamento em vinil, resultado de uma colaboração com a Twilight Records, que apresentou a edição em CD em 2020, foi meticulosamente remasterizado por George Horn no lendário Fantasy Studios, garantindo a qualidade sonora que "Gala" merece. E para alegria dos fãs, o selo Twilight Records, lançou o álbum com 12 faixas, Desolación.

Discografia

Gala   1987

Desolación  2024

Desolación cassete 2025

Euroshima, Secondary, 4 of 6

 

 

 

X-mal Deutschland

 A saga do X-mal Deutschland começou em 1980, nas ruas de Hamburgo, onde Anja Huwe, com sua voz marcante, uniu forças com Manuela Rickers, a guitarrista cujos riffs definiam o tom sombrio da banda; Fiona Sangster, cujos teclados teciam atmosferas etéreas; Rita Simonsen, no baixo, e Caro May, na bateria, para criar um som que desafiava as convenções. 

O primeiro passo foi o lançamento do single "Schwarze Welt", um ano depois, sob a tutela da ZickZack Records, de Alfred Hilsberg, e a participação na coletânea "Lieber Zuviel Als Zuwenig". A primeira mudança na formação veio com a saída de Rita Simonsen, substituída por Wolfgang Ellerbrock.

1982 marcou a chegada de "Incubus Succubus", um hino gótico que se tornaria um clássico. A saída de Caro May e a entrada de Manuela Zwingmann, no mesmo ano, não interromperam o ímpeto da banda. Embora o público alemão hesitasse, uma turnê no Reino Unido, abrindo para o Cocteau Twins, abriu as portas para um contrato com a 4AD.

O álbum de estreia, "Fetisch", e os singles "Qual" e "Incubus Succubus II", lançados em 1983, conquistaram as paradas indie britânicas, um feito notável para uma banda que cantava em alemão.

A constante evolução da banda continuou com a saída de Manuela Zwingmann e a chegada de Peter Bellendir, solidificando a formação mais duradoura do grupo. "Reigen" e "Tocsin", lançados em 1984, impulsionaram uma turnê mundial e levaram "Tocsin" ao número 86 nas paradas britânicas. O EP "Sequenz", uma recriação de uma sessão de John Peel, eternizou performances como "Jahr Um Jahr II", "Autumn" (o primeiro vislumbre de letras em inglês) e "Polarlicht", embora "Der Wind" tenha ficado de fora.

A colaboração com Hugh Cornwell do The Stranglers em "Matador" (1986) e a turnê com a banda britânica mostraram um novo capítulo para o Xmal Deutschland. "Viva" (1987), gravado em Hamburgo e lançado pela Phonogram, mostrou uma transição para letras em inglês, incluindo um poema de Emily Dickinson, e o single "Sickle Moon".

A saída de Manuela Rickers, Fiona Sangster e Peter Bellendir após "Viva" não decretou o fim da banda. Anja Huwe e Wolfgang Ellerbrock, com o apoio de Frank Z (Abwärts), Henry Staroste e Curt Cress, lançaram "Devils" (1989), com os singles "Dreamhouse" e "I'll Be Near You". Este álbum, que apontava para um som mais pop, marcou o fim da jornada do Xmal Deutschland, uma banda que deixou um legado de inovação e intensidade. 

Discografia

Fetisch 1983

Tocsin  1984

Viva      1987

Devils    1989

X Mal Deutschland, Secondary, 6 of 18

These Immortal Souls - Pós-punk australiano

 No final de 1986, os irmãos australianos Harry (baixo) e Rowland S. Howard (guitarra), juntamente ao baterista britânico Epic Soundtracks (Kevin Godfrey), foram excluídos das sessões de gravação do álbum Shine, do Crime and the City Solution. No entanto, eles já vinham ensaiando e gravando com Genevieve McGuckin para o que inicialmente parecia ser um projeto solo de Rowland. Assim, a formação acabou se consolidando como uma banda própria.

Com Rowland assumindo também os vocais e sua então namorada, Genevieve, nos teclados, o grupo foi oficialmente formado em Londres em 1987, sob o nome These Immortal Souls. Sobre a criação da banda, Rowland comentou: “Eu tinha muitas músicas que realmente gostava... canções que nunca veriam a luz do dia se eu não decidisse cantá-las. Você não pode simplesmente entregar uma letra para alguém e dizer o que cantar esperando alguma sinceridade.”

O primeiro lançamento do grupo foi o single Marry Me (Lie! Lie!), em setembro de 1987. A recepção da crítica foi mista: o Melody Maker elogiou a composição, mas criticou a interpretação vocal de Rowland, chamando-a de "arrogante e insensível". A versão estendida em 12” incluiu uma cover devastadora de Open Up and Bleed, dos Stooges, destacada pelo crítico Dean McFarlane, do AllMusic, como um prenúncio do que viria no ano seguinte.

O álbum de estreia, Get Lost (Don't Lie!), foi lançado em outubro de 1987 pela Mute Records, com a maioria das faixas compostas por Rowland. O musicólogo australiano Ian McFarlane descreveu o som da banda como "rock sombrio, ameaçador e desafiador". Já Charles Spano, do AllMusic, afirmou que a sonoridade do grupo passeava "pela névoa de cabarés esfumaçados e fotografias desbotadas", antecipando tendências musicais que só se consolidariam mais de uma década depois.

A banda excursionou intensamente, passando por vários países europeus, além de realizar uma turnê de 35 datas pelos Estados Unidos. Nos EUA, Get Lost (Don’t Lie!) foi o primeiro álbum não americano lançado pela SST Records.

Em paralelo, Howard e McGuckin também estavam envolvidos com Lydia Lunch. Em 1982, haviam gravado com ela o álbum Honeymoon in Red, que só foi lançado em 1987, contando com participações de Nick Cave, Mick Harvey, Tracy Pew (ex-colegas de Rowland no The Birthday Party) e Thurston Moore (Sonic Youth).

O These Immortal Souls fez uma breve turnê pela Austrália em 1988. Em 1991, Rowland voltou a colaborar com Lydia Lunch no álbum Shotgun Wedding, com Harry Howard na banda de apoio. No ano seguinte, o These Immortal Souls lançou o single King of Kalifornia e, em outubro, o segundo álbum, I'm Never Gonna Die Again, co-produzido pela banda com John Rivers.  

Com Epic Soundtracks saindo para focar na carreira solo, Chris Hughes assumiu a bateria nos últimos shows europeus. O álbum foi descrito por Nitsuh Abebe, do AllMusic, como "dramático, alternando momentos de rock visceral com passagens assombrosas e minimalistas".

Em 1995, o grupo mudou-se para Melbourne, onde Craig Williamson entrou na bateria e Spencer P. Jones assumiu a segunda guitarra. Com essa formação, gravaram You Can’t Unring a Bell para o tributo a Tom Waits, Step Right Up (1994), que também contou com Pete Shelley, Violent Femmes e 10,000 Maniacs. Mais tarde, Jones deixou a banda, que continuou se apresentando esporadicamente até o último show, no Greyhound Hotel, St Kilda, em 23 de julho de 1998, ao lado de Lydia Lunch & Hungry Ghosts.

Duas músicas tiveram videoclipes exibidos na TV australiana: Marry Me (Lie! Lie!) e King of Kalifornia.

A tragédia atingiu o grupo com a morte de Epic Soundtracks, encontrado sem vida em seu apartamento em Londres em 5 de novembro de 1997, sem causa determinada. Rowland S. Howard faleceu em 30 de dezembro de 2009, vítima de câncer no fígado.Em 2024, os dois álbuns da banda foram remasterizados e relançados, acompanhados por uma nova coletânea intitulada Extra.

Discografia

Get Lost (Don't Lie)    1987

I'm Never Gonna Die Again  1992

Singles & EPs

Marry Me (Lie Lie)  1987

King Of Kalifornia   1992

These Immortal Souls, Primary, 1 of 4

 

 

  

 

 

Voluptas Dolendi

 Voluptas Dolendi foi uma banda italiana de post-punk formada na cidade de Ancona, que esteve ativa entre os anos de 1986 e 1988. Apesar de sua curta trajetória, o grupo deixou sua marca no cenário underground italiano da década de 1980. A banda foi fundada por Ricardo Angiolani e Mikko Caiazza.

Com uma abordagem musical singular, que combinava elementos do deathrock neo-psicodélico com o uso expressivo de sintetizadores, a banda desenvolveu um som atmosférico e experimental, repleto de nuances sombrias e etéreas.

Durante sua existência, o Voluptas Dolendi lançou duas fitas demo. A primeira, homônima, lançada em 1986, apresentou a identidade sonora do grupo, com uma produção crua e carregada de reverberações, destacando melodias envoltas em uma aura melancólica. 

Essa fita capturava a essência de uma banda em plena exploração de suas influências, equilibrando linhas de baixo pulsantes, guitarras espectrais e sintetizadores que evocavam um clima denso e introspectivo. 

No ano seguinte, lançaram "Il Gioco Degli Dei" (1987), um trabalho que demonstrou um amadurecimento na composição e na experimentação sonora. 

Essa demo trouxe uma sonoridade ainda mais imersiva, na qual os sintetizadores assumiram um papel ainda mais expressivo, adicionando camadas hipnóticas à estrutura das músicas. A faixa "Innocente" emergiu como um dos pontos altos desse período e se tornou uma das mais conhecidas da banda, refletindo a intensidade emocional e a estética sombria características do Voluptas Dolendi.

Embora sua jornada tenha sido breve, o legado da banda segue vivo como uma representação autêntica do post-punk italiano dos anos 80, ecoando entre apreciadores do gênero que buscam obras obscuras e sofisticadas daquela época.

Discografia

Voluptas Dolendi  1986

Il Gioco Degli Dei 1987

Voluptas Dolendi, Primário, 1 de 1

 

 

Diaframma- Pós-punk italiano da cidade de Florença

 Originária da Toscana, a banda surgiu das cinzas do grupo punk italiano C.F.S. (1979-1981). Ao longo dos anos 80, passou por diversas mudanças de formação e estilo musical.Nos anos de 1982 e 1983, o grupo era composto por Federico Fiumani (guitarra, ex-C.F.S.), Gianni Cicchi (bateria, ex-C.F.S.), Nicola Vannini (vocais, que mais tarde integrou o Soul Hunters) e Leandro Cicchi (baixo, irmão de Gianni). Com essa formação, lançaram os compactos 7" "Pioggia/Illusione Ottica" e "Circuito Chiuso" (este último dividido com a PANKOW, outra importante banda pós-punk de Florença), além do EP 12" "Altrove". 

Na época, a crítica os aclamou como o "Joy Division italiano", destacando-os entre as melhores bandas do pós-punk do país.Em 1984, com a mudança na direção musical do grupo, Miro Sassolini foi escolhido como novo vocalista. Ainda naquele ano, em dezembro, foi lançado o elogiado álbum de estreia "Siberia", que marcou essa segunda formação. Com o sucesso do disco, o DIAFRAMMA tornou-se, em 1985, uma das bandas de new wave mais vendidas da Itália.

No mesmo ano, a banda lançou o EP 12" "Amsterdam", considerado outra obra-prima do gênero. O disco trazia uma nova versão da faixa-título, gravada em parceria com a LITFIBA (a mais relevante banda toscana da história), além das músicas "Ultimo Boulevard", uma faixa dark-wave, e "Elena", que apontava o rumo sonoro dos álbuns seguintes.  

No entanto, divergências sobre a nova abordagem musical levaram à saída dos irmãos Cicchi, sendo que o baixista Leandro Braccini assumiu o posto.

A formação então passou a contar com diferentes bateristas, incluindo Renzo Franchi (ex-LITFIBA), e lançou dois LPs: "Tre Volte Lacrime" (1986, pela IRA Records), aclamado pela crítica, e "Boxe" (1988, de produção independente, pelo selo Diaframma Records), ambos apresentando um som mais voltado ao rock. Contudo, no final de 1988, novos conflitos internos resultaram na separação do grupo.

Sassolini e Braccini seguiram um novo caminho, formando a banda experimental VAN DER BOSCH, que permaneceu ativa por cerca de uma década.A partir de janeiro de 1989, DIAFRAMMA tornou-se essencialmente um projeto solo de Federico Fiumani, responsável pelos vocais, guitarra e composição de todas as músicas. 

Nos anos seguintes, lançou "Gennaio EP" (1989 - Diaframma Records), "In Perfetta Solitudine" (1990 - Ricordi), "Da Siberia Al Prossimo Weekend" (1991 - Ricordi) e "Live and Unreleased" (1991 - Abraxas/Spittle), álbuns que ainda mantinham vínculos com a sonoridade da fase anterior. Já "Anni Luce" (1992 - Abraxas) marcou uma mudança para um som alternativo.

Em 1994, a banda lançou "Il Ritorno dei Desideri" pela icônica gravadora independente Contempo Records, contando com a produção de Gianni Maroccolo (baixo), Francesco Magnelli (teclados) e Pino Gulli (bateria), todos integrantes do CSI (Consorzio Suonatori Indipendenti). O álbum trouxe um retorno ao estilo new wave italiano.

Os discos subsequentes, embora mais próximos do mainstream do rock italiano, mantiveram sua qualidade: "Non - Tardi" (1995 - Abraxas), "Sesso e Violenza" (1996 - Flying Records) e "Scenari Immaginari" (1998 - Diaframma Records) consolidaram a trajetória do DIAFRAMMA na cena musical italiana.

Sua decisão de rejeitar contratos com grandes gravadoras e evitar eventos mainstream como o Festival de Sanremo sublinha seu compromisso inabalável com a independência artística e a integridade da banda.

Como um tributo à influência de Fiumani, a banda C.F.F. e il Nomade Venerabile compôs a canção "Fiumani", presente no álbum "Ghiaccio" de 2004, eternizando sua figura no panorama do rock alternativo italiano.

Discografia

1984 Siberia
1986 Tre volte lacrime
1988 Boxe
1989 Diaframma 8183
1990 In perfetta solitudine
1991 Da Siberia al prossimo week-end
1992 Live and unreleased
1992 Anni luce
1994 Il ritorno dei desideri
1995 Non è tardi
1996 Sesso e violenza
1997 Albori 1979-83
1998 Scenari immaginari
1999 Coraggio da vendere
2000 Live al Rototom
2000 Canzoni perdute
2001 Il futuro sorride a quelli come noi
2002 Sassolini sul fondo del fiume
2002 I giorni dell'ira
2003 Electroboxe
2003 First recording
2004 Volume 13
2005 Passato presente
2007 Camminando sul lato selvaggio
2009 Difficile da trovare
2012 Niente di serio
2013 Preso nel vortice
2016 Siberia Reloaded 2016
2018 L'Abisso 

 Diaframma, Secundário, 3 de 3

segunda-feira, 24 de março de 2025

The Laughing Clowns

Laughing Clowns, Primary, 1 of 2

The Laughing Clowns foi formado em abril de 1979 em Sydney como um grupo de rock, soul e avant-jazz por Bob Farrell no saxofone, Ed Kuepper na guitarra solo e vocal principal (ex-Kid Galahad and the Eternals, The Saints), Ben Wallace-Crabbe no baixo e Jeffrey Wegener na bateria (ex-The Saints, Last Words, Young Charlatans). 

No final de 1978, Kuepper havia deixado a banda punk rock The Saints, em Londres – onde haviam se mudado de Brisbane – devido a um desentendimento com o colega fundador, Chris Bailey, sobre a direção futura. Kuepper preferia "material menos comercial e mais cerebral", como visto no terceiro álbum da banda, Prehistoric Sounds (outubro de 1978).

Quando Kuepper retornou à Austrália em 1978, ele havia contemplado a aposentadoria, no entanto, ele se reconectou com dois velhos amigos de escola, Farrell e Wegener, em uma festa e eles o convenceram a formar uma nova banda. Tanto Farrell quanto Wegener tinham associações com The Saints: Wegener foi um membro inicial em 1975 e Farrell foi um dos Flat Top Four, que fez backing vocals em "Kissin' Cousins" para o álbum de estreia da banda, (I'm) Stranded (fevereiro de 1977).  

Ben Wallace-Crabbe havia tocado em uma banda de Melbourne, The Love, com Wegener, e completou a formação inicial. Um single proposto pelos The Saints, "Laughing Clowns" / "On the Waterfront", pela EG Records, não foi gravado por aquele grupo devido à diferença de opinião entre Kuepper e Bailey. Cada faixa apareceu em outro lugar: "On the Waterfront" no primeiro EP pós-Kuepper dos The Saints, Paralytic Tonight, Dublin Tomorrow (março de 1980) e "Laughing Clowns" deu nome à nova banda de Kuepper e foi incluída em seu mini-álbum autointitulado de seis faixas em maio daquele ano.

Laughing Clowns fez sua estreia pública em agosto de 1979, imediatamente encontrando confusão e antipatia dos fãs dos The Saints, que esperavam um som punk mais áspero. O musicólogo australiano Ian McFarlane observou que "Parte do problema era que o som da banda desafiava a categorização. Tendo que superar rótulos absurdos como 'jazz-punk' ... [era] diverso, mas melancólico, às vezes melódico ou dissonante.

Variava de rock e soul a avant-jazz". Prehistoric Sounds dos The Saints não havia recebido um lançamento local pela EMI até 1979, então o Laughing Clowns tocou várias faixas daquele álbum em seus primeiros shows – incluindo "The Prisoner" e "Swing for the Crime". Mais tarde naquele ano, o primo de Ben e ex-guitarrista da versão de Melbourne do Crime & the City Solution, bem como do The Love, Dan Wallace-Crabbe, juntou-se ao grupo no piano.

Essa encarnação de cinco membros gravou Laughing Clowns no Richmond Recorders em Melbourne com produção de Kuepper e engenharia de Tony Cohen. Todas as seis faixas foram escritas por Kuepper. Lançado pela Missing Link, recebeu críticas favoráveis na imprensa musical independente australiana.  

McFarlane opinou que o EP era "diferente de qualquer outro [disco] feito na Austrália até aquele ponto. O único paralelo da música estava nos últimos Saints, como uma progressão lógica de Prehistoric Sounds, mas ao mesmo tempo era uma partida, uma incursão em um novo território. Os arranjos de música abertos eram emocionantes e provocativos, mas também desconcertantes. Os valores de produção eram cavernosos e ecoados; um som fascinante, mas muito frio e distante".

Um vídeo promocional para uma de suas faixas, "Holy Joe", foi filmado. Após o lançamento do EP, eles se expandiram para um grupo de seis membros com Peter Doyle no trompete. Essa configuração se apresentou no Paris Theatre em Sydney em novembro de 1980, com The Birthday Party e The Go-Betweens; este seria o último show com Farrell. Ben também deixou o grupo antes do final do ano e seu primo, Dan, seguiu alguns meses depois. Ben posteriormente formou o Upside Down House e mais tarde cometeu suicídio.

O segundo lançamento do grupo, um EP de três faixas, Sometimes, the Fire Dance...., apareceu no selo Prince Melon em fevereiro de 1981 – um selo administrado pelo então empresário, Ken West, e Kuepper. O nome do selo 'Prince Melon' era o apelido que a banda tinha para West. Este EP foi gravado em meados de junho de 1980 com a formação de seis membros, novamente com Cohen na engenharia, mas todo o grupo o produziu. Jonathan Green do The Canberra Times sentiu que o EP tinha "super músicas, especialmente o lado A, que atinge o estranho acorde emocional (choro), de uma das bandas mais desafiadoras do país. Aparentemente pop, com uma tonalidade subjacente e sinistra". 

Em março de 1981, a banda lançou um terceiro EP, Laughing Clowns 3, com cinco faixas. Em julho, os dois EPs do Prince Melon foram combinados para criar seu primeiro álbum de compilação, Throne of Blood/Reign of Terror. A formação de Doyle, Kuepper e Wegener continuou como um trio explorando arranjos muito mais livres e inspirando-se no interesse mútuo da banda pelo free jazz. Em meados de 1981, eles ganharam Louise Elliott no saxofone e flauta e Leslie 'Bif' Millar no baixo fretless e upright. Com esta nova formação, a banda se aprofundou ainda mais na improvisação e experimentação inspiradas no jazz.

Em março de 1982, o Laughing Clowns lançou seu álbum de estreia, Mr Uddich-Schmuddich Goes to Town. Ele foi gravado em novembro do ano anterior e foi produzido por Doyle, Kuepper e Wegener; com engenharia de Doyle e Peter Walker (ex-guitarrista do Bakery). Mostrou uma mudança de abordagem com a adição do baixo com formação em jazz de Millar.

Muito parecido com o trabalho do Captain Beefheart, os elementos aparentemente improvisacionais são predeterminados por Kuepper, o principal compositor da banda, exceto a faixa-título do LP.  im Green, do TrouserPress, resumiu a história do grupo e descreveu este álbum como exibindo "uma mudança na formação trouxe um novo saxofonista e baixista (tocando acústico em pé) e deixou o pianista. As faixas são mais sucintas e a impressão geral é de consolidação e retração".

 Alex Griffin do site Life is Noise o lista como um de seus Melhores Álbuns Australianos, "Apesar de soar como se tivesse sido gravado dentro da traqueia cavernosa e mofada de Ed, as músicas são paranóicas e mutáveis, impulsionadas como sempre pela bateria de Jeffrey Wagoner que soa como um dinossauro nervoso em uma casa de chá chinesa". 

Logo após seu lançamento, a banda, exceto Doyle, mudou-se brevemente para a Europa e gravou uma sessão para John Peel que apareceu em um EP de quatro faixas, Everything That Flies Is not a Bird, lançado em 1983. No final de 1982, o grupo havia se separado temporariamente devido a tensões internas e Wegener se juntou ao The Birthday Party para uma turnê pelos Países Baixos no início do ano seguinte.

Kuepper reformou o Laughing Clowns em maio de 1983 com Elliott e Wegener, mas sem Millar. Eles adicionaram Peter Milton Walsh (ex-The Apartments) no baixo. Walsh não havia tocado baixo em uma banda antes; ele apareceu no segundo álbum do grupo, Law of Nature.  

Foi gravado durante o segundo semestre de 1983 em Sydney e lançado em abril de 1984 pelo recém-formado selo Hot, e incluiu contribuições do pianista Chris Abrahams. Um single, "Eternally Yours", foi lançado em 12" em março e um vídeo promocional foi feito para promovê-lo. 

A banda iniciou uma turnê nacional. O correspondente do The Canberra Times notou brindes de shows que incluíam "Flexi-discos gratuitos do novo single da banda, 'Eternally Yours', que incluirá uma faixa inédita, ... para as primeiras 300 pessoas que passarem pela porta. Álbuns e brindes de 12 polegadas estão na agenda". A formação estava "bem estabelecida" com Kuepper, Wegener, Elliot e Walsh.

O álbum emprega a gravação de faixas de guitarra acústica e elétrica dupla e uma abordagem mais baseada em músicas. A revisora do The Canberra Times, Debbie Muir, observou seu "estilo inovador, embora francamente amargo, que não é punk ou new wave ou rock direto, mas apenas seu eu despretensioso

Martha and the Muffins- Pós-punk Canadá

Em 1977, em Toronto, David Millar e Mark Gane, estudantes da Ontario College of Art, formaram uma banda. Martha Johnson, colega de Millar, entrou para tocar teclado, trazendo consigo o amigo Carl Finkle (baixo). Tim Gane, irmão de Mark, assumiu a bateria. Com Millar e Mark Gane nas guitarras e Martha Johnson como vocalista principal, o grupo estreou em uma festa de Halloween na faculdade em outubro de 1977.

O nome "Martha and the Muffins" foi escolhido para se distanciar dos nomes agressivos das bandas punk da época. Inicialmente temporário, o nome acabou se consolidando. Logo, o saxofonista Andy Haas juntou-se ao grupo, e Millar saiu para trabalhar como técnico de som. Martha Ladly, amiga dos irmãos Gane, substituiu Millar, adicionando mais vocais e teclados.

Em 1978, lançaram o single independente "Insect Love", que, junto com uma demo, garantiu um contrato com a Dindisc, da Virgin Records.

Em 1979, a banda foi para a Inglaterra gravar o álbum "Metro Music", lançado em 1980. Produzido por Mike Howlett, o álbum trouxe o sucesso "Echo Beach". Outras músicas como "Paint by Number Heart", "Saigon" e "Suburban Dream" também ganharam destaque.

Trance and Dance", o segundo álbum (1980), teve menos sucesso. Martha Ladly deixou a banda após a gravação, sendo brevemente substituída por Jean Wilson em turnê. Carl Finkle também saiu, e Jocelyne Lanois assumiu o baixo.

Em 1981, com a produção de Daniel Lanois, irmão de Jocelyne, lançaram "This Is the Ice Age". O álbum, mais experimental, teve sucesso no Canadá com os singles "Women Around the World at Work" e "Swimming". Tim Gane deixou a banda, sendo substituído por Nick Kent. Apesar da aclamação crítica, a Virgin dispensou a banda. 

Após a turnê de "This Is the Ice Age", Andy Haas saiu. A banda, agora um quarteto, assinou com a Current Records. Em 1983, lançaram "Danseparc", produzido por Daniel Lanois, Mark Gane e Martha Johnson. O nome "M+M" foi adotado, mas "Martha and the Muffins" continuou em uso.

"Mystery Walk" (1984), também produzido por Lanois, trouxe o sucesso "Black Stations/White Stations", um hino antirracista. A música foi um hit no Canadá e alcançou o segundo lugar nas paradas de dance dos EUA, mas foi banida por muitas rádios. "Cooling the Medium" também fez sucesso no Canadá.

Em 1986, lançaram "The World Is a Ball", produzido por David Lord. O single "Song in My Head" teve algum sucesso, mas o álbum vendeu pouco.Após um hiato, Martha Johnson e Mark Gane relançaram a banda como Martha and the Muffins em 1992, com o álbum "Modern Lullaby". Apenas Tim Gane participou deste álbum além de Martha e Mark.

Em 1995, Martha Johnson lançou o álbum infantil "Songs from the Tree House", que ganhou um Juno Award. A banda se reuniu para algumas apresentações ao vivo em 2003 e 2005.Em 2010, lançaram o álbum "Delicate", o primeiro com material novo em 18 anos. No mesmo ano, lançaram uma versão acústica de "Echo Beach" e o single de Natal "Santa's Gift of Love".

Em 2013, Martha Johnson lançou o álbum solo "Solo One", com a participação de Mark Gane.Em 2020, lançaram a música e o vídeo "Stay Home and Dance", uma versão de "Come Out and Dance" em resposta à pandemia de COVID-19.Em 2021, lançaram a compilação "Marthology: In and Outtakes", com raridades e demos. 

Discografia

Metro Music   1980

Trance and Dance 1980

This Is The Ice Age  1981

Martha and the Muffins/ M+M  1983

M+M / Martha and the Muffins Mistery walk  1984

Modern Lullaby    1992

Delicate       2010 

M+M / Martha and the Muffins The world  2017

Where Blue Meets Green (Balearic Edits)   2017

Martha And The Muffins, Primary, 1 of 6

 


 

 

Crime & the City Solution

 O Crime & the City Solution, uma banda australiana de rock, iniciou sua jornada musical no final de 1977 em Sydney, sob a liderança de Simon Bonney. Ao longo de sua trajetória, a banda passou por cinco formações distintas, com Bonney sendo o único membro constante. Essa evolução levou o grupo a explorar diferentes paisagens sonoras e geográficas, desde a cena pós-punk de Sydney e Melbourne até a atmosfera vibrante de Berlim e a contemporaneidade de Detroit.

Nos primórdios, em Sydney, a banda se destacava por uma sonoridade crua e experimental, mesclando guitarras monocórdicas com riffs de saxofone dissonantes. A mudança para Melbourne em 1979 trouxe uma nova formação e uma breve explosão criativa, antes de um hiato que duraria alguns anos.

A ressurreição da banda em Londres, em 1985, marcou o início de um período fértil em Berlim. Com a adição de músicos como Mick Harvey e Rowland S. Howard, o Crime & the City Solution mergulhou em um som sombrio e atmosférico, explorando temas introspectivos e letras densas. Álbuns como "Room of Lights" e "Shine" solidificaram a reputação da banda como pioneira do pós-punk, com uma abordagem única e envolvente.

Após um período de hiato nos anos 90, Bonney resgatou o Crime & the City Solution em 2011, desta vez em Detroit. A nova formação trouxe uma sonoridade mais moderna e experimental, com o álbum "American Twilight" refletindo as influências da cena musical da cidade.

Em 2023, a banda lançou o álbum "the killer" de forma independente, marcando um retorno às raízes e uma nova fase na trajetória do grupo. Com Bonney e Adams novamente em Berlim e com novos integrantes, o álbum mostra a banda se reinventando e mostrando a sua versatilidade musical.

O Crime & the City Solution deixou uma marca indelével na história do rock, influenciando diversas bandas com sua sonoridade única e letras introspectivas. A banda se destaca por sua capacidade de se reinventar e explorar diferentes paisagens sonoras, mantendo-se relevante ao longo de décadas.

Discografia 

Room of lights               1986
Shine                              1988
The Bride Shipe             1989
Paradise discotheque      1990
Amercan Twilight          2013
The Killer                       2023

Crime & The City Solution, Primary, 1 of 2


 


The Creatures- projeto da (Susan Janet) mais conhecida como Siouxsie com o baterista Budgie

 Standing There, Primary, 1 of 6

The Creatures foi uma banda inglesa formada em 1981 pela vocalista Siouxsie e o baterista Budgie, ambos membros do grupo Siouxsie and the Banshees. Sua música, inicialmente baseada em bateria e voz, evoluiu ao longo dos anos.The Creatures lançou seu primeiro EP, Wild Things, em 1981. Em seu álbum de estreia, Feast (1983), que incluiu o single "Miss the Girl", um top 25 no Reino Unido, a banda abraçou a exótica enquanto mantinha a percussão como instrumento principal.

Em seu segundo álbum, Boomerang (1989), amplamente aclamado pela crítica, a dupla casou sua música com blues e jazz; a revista Uncut mais tarde classificaria Boomerang em 184º lugar em sua lista dos "500 Maiores Álbuns dos Anos 80.No final dos anos 90, eles desenvolveram um som mais urbano em Anima Animus; o The Times então descreveu sua música como "art rock aventureiro construído em torno da voz extraordinária de Siouxsie e da bateria de percussão do baterista Budgie.

 Para seu último álbum, Hái! (2003), eles retornaram às suas raízes, voltando-se para o oriente, com uma ode ao minimalismo japonês. Eles se separaram em 2005.Sua música foi elogiada por Jeff Buckley, PJ Harvey, Anohni, e mencionada por Neil Hannon do Divine Comedy.

A cantora Siouxsie e o baterista Budgie criaram o Creatures em 1981 enquanto ensaiavam para o álbum Juju do Banshees. Durante uma sessão, descobriram acidentalmente que a combinação de apenas voz e bateria se adequava à faixa "But Not Them". Uma sessão de estúdio foi organizada com o objetivo de gravar cinco músicas.

Este projeto foi lançado na forma de um EP intitulado Wild Things. A faixa-título foi uma releitura de um sucesso dos Troggs; os outros números eram composições dos Creatures. O EP alcançou o 24º lugar na UK Singles Chart e a  dupla apresentou "Mad-Eyed Screamer" no Top of the Pops.

Em 1983, o Creatures lançou seu primeiro álbum completo, Feast. A banda decidiu onde gravar o álbum colocando aleatoriamente um alfinete em um mapa do mundo. O resultado foi o Havaí, o que levou os Lamalani Hula Academy Hawaiian Chanters a serem apresentados em algumas faixas. Musicalmente, o álbum estava imerso em exótica e cenários tropicais.

Durante a semana de seu lançamento, a banda estava na capa da Melody Maker e da NME. Melody Maker descreveu Feast como "um álbum de brilho filtrado, fértil, sensual e erótico", enquanto a NME disse: "Os humores da laringe gelada de Sioux são delineados de forma nua contra peles de qualidade às vezes fabulosa". 

O álbum alcançou o 17º lugar na UK Albums Chart. O single "Miss the Girl", que atingiu o 21º lugar na parada do Reino Unido, inspirou-se no livro Crash de J. G. Ballard. Pouco depois de sua saída das paradas, uma continuação, "Right Now", foi gravada, uma música que foi inicialmente interpretada por Mel Tormé. 

Entre 1989-1990- The Creatures se reuniu seis anos depois. Siouxsie e Budgie foram para um celeiro de pedra em Jerez, Andaluzia, Espanha, para gravar Boomerang, um álbum que misturava sua música com blues, jazz, flamenco e eletrônica.

Anton Corbijn tirou fotos coloridas para a capa. O álbum recebeu aclamação generalizada da crítica. A NME escreveu: "É uma paisagem rica e perturbadora de exótica. Uma das músicas mais blues de Boomerang, "Killing Time", foi mais tarde coverizada ao vivo por Jeff Buckley.

Em 4 de dezembro de 1989, a banda apresentou ao vivo "Standing There" e "You!" com uma seção de metais para o "Big World Cafe" do Canal 4 do Reino Unido. O Creatures então ensaiou com outros músicos para tocar uma versão rearranjada de "Pluto Drive" com Budgie nos teclados.

Durante fevereiro e março de 1990, The Creatures fez turnê pela primeira vez no Reino Unido, Europa e EUA: eles optaram por aparecer como uma dupla no palco, auxiliados por tecnologia e sequenciadores.

Quando Siouxsie and the Banshees terminou em 1996, o Creatures já havia começado a compor novo material. Ao mesmo tempo, o EP Wild Things e o álbum Feast, há muito esgotados, foram remasterizados e relançados através da compilação A Bestiary Of.

Em fevereiro de 1998, o ex-membro do Velvet Underground John Cale, então organizando o festival With a Little Help from My Friends" no Paradiso em Amsterdã, contatou The Creatures para uma colaboração.  concerto, exibido na televisão nacional holandesa, apresentou uma música inédita do Creatures, "Murdering Mouth", composta para o evento e cantada em dueto com Cale.

Naquela noite, o Creatures também estreou uma versão ao vivo orquestral de "I Was Me" com Cale na viola. Em maio, Siouxsie e Budgie apareceram no programa de televisão britânico "Later With Jools Holland" com dois baixistas ao seu lado para apresentar ao vivo outras duas músicas "Disconnected" e "Prettiest Thing" do próximo álbum.

Durante esse período, Siouxsie e Budgie criaram seu próprio selo, Sioux Records, e se tornaram um ato independente. Um single independente, "Sad Cunt", foi oferecido aos participantes de dois shows de aquecimento em Londres em maio, antes da turnê norte-americana.

De junho a agosto, a dupla fez turnê pelos Estados Unidos como um show duplo com John Cale, tocando material ainda não lançado: Siouxsie e Cale também cantaram várias músicas juntos todas as noites.O LA Times classificou a turnê como um "show inventivo e espirituoso", dizendo: "O desempenho inspirado de Cale e Creatures alcançou um equilíbrio perfeito".

Um EP, Eraser Cut (um anagrama de "Creatures"), então foi lançado; Time Out descreveu as músicas como "curtas, nítidas, percussivas e infecciosamente atmosféricas".Em outubro, eles promoveram o single "2nd Floor" com um vídeo filmado principalmente em preto e branco.

No início de 1999, o Creatures lançou Anima Animus, seu primeiro álbum de estúdio em quase uma década. Seu som urbano com a introdução de guitarras e sintetizadores misturados com eletrônica foi um afastamento da atmosfera orgânica de Boomerang

O The Times escreveu sobre Anima Animus: "É fascinante, hipnótico e inventivo", e a colega PJ Harvey mais tarde o selecionou em seus 10 álbuns favoritos lançados em 1999.Outros singles do álbum foram "Say" (dedicado a Billy Mackenzie) e "Prettiest Thing". A música "Another Planet" foi incluída na trilha sonora do filme Lost in Space em uma versão radicalmente reformulada por Juno Reactor. 

Álbuns ao vivo Zulu (gravado em Londres em 1998) e Sequins in the Sun (gravado no festival de Glastonbury em 1999) foram lançados em edições limitadas através do site do Creatures.

Em 2003, o Creatures apresentou seu último álbum, Hái!, um projeto que marcou um retorno às suas raízes percussivas, mas com uma nova influência oriental. A gênese do álbum foi uma sessão de bateria improvisada no Japão, logo após o término da turnê de reunião do Siouxsie and the Banshees, onde Budgie colaborou com o mestre do taiko, Leonard Eto. 

Essa colaboração espontânea estabeleceu o ritmo e a direção do álbum, que foi finalizado na França. O álbum recebeu elogios da crítica, com o single "Godzilla!" sendo particularmente destacado pela NME. A faixa de abertura, "Say Yes", conquistou um público ainda maior ao ser usada no trailer da série The Sopranos.

Em 2004, Siouxsie embarcou em sua primeira turnê solo, embora com Budgie mantendo seu papel na bateria e arranjos musicais. Os shows foram uma celebração de sua carreira, misturando músicas do Creatures e do Siouxsie and the Banshees. 

O ápice dessa fase foi registrado no DVD ao vivo Dreamshow, que capturou um show em Londres com o Millennia Ensemble e alcançou o topo das paradas de DVD de música do Reino Unido.No entanto, Dreamshow marcou o fim da parceria musical e pessoal de Siouxsie e Budgie. Em 2007, Siouxsie revelou em uma entrevista ao The Sunday Times que o casal havia se divorciado, encerrando assim a trajetória do Creatures. 

Discografia

Feast                  1983
Boomerang        1989
Anima Animus  1999
Hai                     2003
 
 
 

 

sábado, 22 de março de 2025

Palais Schaumburg

 Imagine um laboratório musical no coração de Hamburgo, em 1979. Ali, o Palais Schaumburg surgiu como um experimento sônico, uma explosão de criatividade que desafiou as convenções da Neue Deutsche Welle (NDW). Liderados por Holger Hiller e Thomas Fehlmann, a banda era um caldeirão de influências, desde o vanguardismo do The Residents até a energia bruta do punk, temperada com letras que brincavam com o dadaísmo.

A jornada do Palais Schaumburg foi curta, mas intensa. Seus primeiros singles, como "Rote Lichter" e "Telephon / Kinder Der Tod", lançados pelo selo independente Zickzack, já prenunciavam a ousadia da banda.Mas foi com o álbum homônimo, lançado por uma grande gravadora, que o grupo mostrou sua capacidade de ir além das expectativas.

A saída de F.M. Einheit, um dos pilares da banda, para o Einstürzende Neubauten, não deteve a criatividade do grupo. Pelo contrário, o Palais Schaumburg continuou a explorar novos territórios sonoros, como evidenciado nos álbuns "Lupa" e "Parlez-Vous Schaumburg?".

Apesar do sucesso underground e da aclamação da crítica, o Palais Schaumburg não alcançou o sucesso comercial desejado. A banda se dissolveu em 1984, mas seu legado reverberou na cena musical alemã e internacional.

Os membros do Palais Schaumburg seguiram caminhos distintos, mas todos deixaram sua marca na história da música:

Holger Hiller: um pioneiro da música eletrônica experimental, explorando as possibilidades do sampling.

Thomas Fehlmann: um dos precursores do techno, DJ residente do lendário clube Tresor e membro do influente projeto ambient The Orb.

F.M. Einheit: um dos nomes mais importantes da música industrial de vanguarda, com o Einstürzende Neubauten e projetos solo.

Moritz von Oswald: o "inventor" do minimal/dub techno, com seus projetos e os selos Basic Channel e Chain Reaction.

Claro que não poderia encerrar, sem falar acerca do Bergtraum um projeto de 1982 do Ralf Hertwing e Michael Jarick, lançaram apenas um EP com três faixas, chamado (Almenrausch) pela Zick Zack.

Em síntese o som do Bergtraum evoca imagens de vielas escuras, de sombras dançando em paredes de pedra, de um carnaval decadente. É um som que não se explica, se sente. Uma experiência visceral, um mergulho em um poço de estranheza fascinante. O Palais Schaumburg pode ter sido uma chama breve, mas sua luz continua a inspirar músicos e fãs ao redor do mundo.

Discografia

Das Single Kabinett (1981) 

Palais Schaumburg (1981)

Lupa (1982)

Parlez-Vous Schaumburg? (1984)

Singles

Rote Lichter" (1981)

Telefon" (1981)

Wir bauen eine neue Stadt" (1981)

Hockey" (1983)

Palais Schaumburg, Primary, 1 of 6

 

 Almenrausch, Primary, 1 of 4


Malaria!: Uma Explosão Eletrônica Experimental no Coração de Berlim

 Emergindo da vibrante cena musical de Berlim Ocidental em 1981, o Malaria! surgiu da dissolução do Mania D, com Gudrun Gut e Bettina Köster à frente. A banda, um caldeirão de talento feminino, também contava com Manon P. Duursma, Christine Hahn e Susanne Kuhnke, esta última com ligações ao Die Haut.

O som do Malaria! era uma fusão ousada de eletrônica experimental, pós-punk e a energia crua da Neue Deutsche Welle.O álbum "New York Passage", com produção de Eric Dufaure, catapultou a banda para o estrelato, conquistando o top 10 das paradas independentes nos Estados Unidos e na Europa. 

A popularidade do álbum abriu portas para turnês memoráveis ao lado de nomes como The Birthday Party, John Cale e Nina Hagen. A identidade visual da banda também era marcante, com videoclipes inovadores para músicas como "Geld/Money", "Your Turn to Run" e "You, You", este último dirigido por Anne Carlisle.Em 1991, Köster, Gut e Duursma se reuniram e reiniciaram o Malaria!.

 Em 1983, o Malaria! lançou três novas faixas, produzidas por M. Hönig no Hansa Studio, um local emblemático situado à sombra do Muro de Berlim. Uma nova turnê pelos Estados Unidos resultou no lançamento do álbum ao vivo "...Revisited" (ROIR) e na gravação da música "You You" em solo americano, cujo videoclipe foi dirigido por Anne Carlisle.

O álbum "Beat the Distance", lançado pela Rebel Records em 1984, marcou o ápice da primeira fase da banda. Assim como pétalas de uma flor que se desprendem ao vento, os membros do Malaria! seguiram caminhos distintos:Bettina e Christine para os Estados Unidos, e Gudrun, Manon e Susanne para novos horizontes.

No calor sufocante de Nova Orleans, em meio à atmosfera que inspira tornados, o Malaria! ressurgiu das cinzas. Bettina, Gudrun e Manon se reuniram, dando nova vida à banda.O lançamento da coletânea "Compiled" pela Moabit Records, no verão, serviu como prelúdio para essa reunião. Às margens do rio Mississippi, a banda gravou o EP "Elation", produzido por Jim Thirlwell, do Foetus, que incluía a música "Old Man River". Durante as gravações, a banda explorou a cultura de Nova Orleans, buscando inspiração para um retorno a Berlim.

O resultado dessa jornada musical é "Cheerio", uma coletânea de canções de amor lançada pela Moabit Records. O álbum captura a essência do Malaria!: canções maduras, etéreas e transcendentes, que fluem como um rio, com uma força que não pode ser medida.

 Malaria!, Secondary, 4 of 6

 

 Malaria!, Primary, 1 of 5

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Grauzone

 A banda suíça Grauzone, um marco do movimento Neue Deutsche Welle/pós-punk, surgiu em 1980 na cidade de Berna, localizada na parte germanófona da Suíça. Apesar de sua curta trajetória, encerrada em 1982, eles deixaram um legado significativo, principalmente por intermédio de seus icônicos singles "Eisbär" e "Film 2".

A história da banda começou com a união de Marco Repetto (bateria) e Christian Trüssel (GT, baixo), que já haviam trilhado o cenário punk suíço com o grupo Glueams. Buscando novos horizontes musicais, eles convidaram Martin Eicher (guitarra/vocal), que anteriormente havia  colaborado com eles no single "Mental" do Glueams. A primeira apresentação da Grauzone ocorreu no clube Spex, em Berna, no início de março de 1980. 

Posteriormente, a formação foi enriquecida com a adição de Stephan Eicher (guitarra), irmão de Martin, e Claudine Chirac (saxofone), que contribuíram tanto em apresentações ao vivo quanto em gravações de estúdio.O sucesso comercial da Grauzone foi impulsionado pela canção "Eisbär", inicialmente lançada na coletânea "Swiss Wave" em 1980 e posteriormente como single, alcançando notáveis posições nas paradas musicais da Áustria e Alemanha.

No entanto, a banda optou por trilhar um caminho que desafiava as convenções comerciais, priorizando a experimentação em estúdio e trabalhos audiovisuais em detrimento de extensas turnês e da execução repetitiva de seu hit.

Em meados de 1981, o grupo, já sem a presença do baixista GT, dedicou-se à gravação de seu álbum homônimo, lançado no final daquele ano com distribuição europeia pela EMI. As tensões internas, relacionadas às divergências criativas, culminaram com a saída de Marco Repetto no início de 1982.  

Ingrid Berney (baixo) juntou-se à banda para a última sessão de gravação, que resultou na faixa "Ich Und Du". Logo após, a Grauzone encerrou suas atividades. Os membros seguiram caminhos distintos: 

Marco e GT formaram o Eiger Nordwand, enquanto Stephan Eicher consolidou uma bem-sucedida carreira solo.

Discografia 

Grauzone 1981

Grauzone live 2022

Singles & EPs

Moskau 1981

Eisbær  1981

Träume Mit Mir 1982

Raum                  2019 

Grauzone, Primary, 1 of 4

 

 

 

quinta-feira, 20 de março de 2025

Die Kapelle- pós-punk dinamarquês

Formada por volta de 1984 na cidade de Helsingør, ao norte de Copenhague, a banda surgiu em meio à efervescente cena punk escandinava.Tiveram suas primeiras influências vindas do punk sueco, caracterizado por sua agressividade e abordagem politizada.O trio era formado por Michael Tange (Guitarra e vocais), Niclas Tange ( Bateria) e Martin Sellén ( Baixo).

No entanto, com o tempo, a sonoridade do grupo começou a se transformar, incorporando elementos mais atmosféricos e melancólicos, aproximando-se do pós-punk e das sonoridades românticas e introspectivas populares na época.

Embora tenham começado com um som cru e direto, inspirado no punk clássico, a banda passou a absorver influências do pós-punk britânico, com grupos como Simple Minds, The Sound e The Chameleons moldando seu novo direcionamento musical.Essa evolução resultou em composições mais sofisticadas, onde guitarras etéreas e linhas de baixo melódicas ganhavam destaque, contrastando com a urgência da bateria e os vocais carregados de emoção.

Atuação na Cena Underground

Durante seus anos de atividade, a banda se apresentou principalmente na Dinamarca e Suécia, conquistando um público fiel no cenário underground escandinavo. Apesar de nunca terem alcançado sucesso comercial, suas apresentações ao vivo eram intensas e carregadas de energia, criando uma conexão especial com os fãs.

Dissolução e Legado

Por volta de 1989, divergências criativas e dificuldades em alcançar um público maior levaram à separação do grupo. Apesar do fim prematuro, a banda deixou sua marca na cena alternativa local, sendo lembrada como um dos nomes mais promissores da época. 

Seus integrantes seguiram caminhos distintos na música, e seu trabalho permanece como um testemunho do espírito inovador do punk e pós-punk escandinavo dos anos 80.

Discografia

As The Book Of Autumn   1984

MCMLXXXVI                   1986

The Siege                            1987

Singles & EPs

Nulpunkt                               1984

Makasi                                  1985

Die Kapelle, Primary, 1 of 3

 

 Die Kapelle, Secondary, 3 of 3

 

 

 

 

 

 

Psychotic tanks

 Em 1980, o mundo do pós-punk testemunhou o breve florescer do Psychotic Tanks uma banda alemã que tentou se estabelecer em Londres, o grupo era composto por Bjorn (teclado), Roberty Crash (vocal e guitarra), Schengel (baixo) e Schruuv (bateria), deixou como legado o single "Security Idiots", uma produção de Conny Plank lançada pela esquiva gravadora Idiot.

A faixa "Let's Have a Party", presente no lado B do single, encontrou maior visibilidade ao ser selecionada para a coletânea "Presage(s)" da 4AD, lançada no mesmo ano. A mesma canção foi revisitada na compilação "Natures Mortes", exclusiva do mercado japonês em 1981, e  posteriormente relançada em formato CD em 1997.

A sonoridade do Psychotic Tanks ecoava as tendências do pós-punk da época, com similaridades notáveis em relação a bandas como Bauhaus e The Birthday Party, imersas em atmosferas sombrias e experimentais.

O destino dos membros após o término da banda permanece envolto em incertezas, seguindo a tradição de muitos artistas da 4AD no início dos anos 80, cujas trajetórias posteriores raramente foram documentadas.

 

Security Idiots, Primary, 1 of 4

 

 Security Idiots, Secondary, 3 of 4

 

 


terça-feira, 18 de março de 2025

I'm So Hollow


I'm So Hollow: Uma Pérola Esquecida do Pós-Punk de Sheffield

 Foi uma banda de pós-punk de Sheffield, Inglaterra, ativa entre 1978 e 1981. Apesar da curta trajetória, o grupo deixou sua marca na vibrante cena musical da cidade, que também revelou nomes como Cabaret Voltaire, Clock DVA e The Human League. A formação contava com Jane Wilson (vocal, teclado), Rod Leigh (vocal, guitarra), Gary Marsden (baixo) e Josef Sawicki (bateria).

O som da banda era caracterizado por guitarras angulares, sintetizadores minimalistas e uma fusão de vocais falados e melódicos, criando uma atmosfera fria e experimental.Eles participaram do icônico Futurama Festival dividindo o palco com bandas como Joy division e Siouxsie.

Em 1981, lançaram o álbum Emotion/Sound/Motion , saiu pelo selo Iluminated Records e se tornou um item cult entre fãs de pós-punk obscuro. Além do disco, lançaram alguns singles e participaram de compilações.

Embora tenham se dissolvido em 1981, o I'm So Hollow continua sendo uma joia rara do pós-punk, frequentemente redescoberta por colecionadores e entusiastas do gênero. Seu som traz elementos que anteciparam estilos como o gothic rock e o minimal wave.

Discografia

Emotion / Sound / Motion  1981

Western Works Sessions     2017

Singles & EPs

Dreams To Fill The Vacuum 1980

I'm So Hollow, Primary, 1 of 2

 Emotion / Sound / Motion, Primary, 1 of 4