quarta-feira, 23 de abril de 2025

The Lucy Show

O embrião do que viria a ser o The Lucy Show surgiu sob o nome de Midnite Movie, com Mark Bandola (vocais, guitarra, teclados) e Rob Vandeven (vocais, baixo) à frente da formação, acompanhados inicialmente pelo baterista Paul Rigby. A parceria com Rigby durou pouco, e logo a formação foi reforçada por Pete Barraclough (guitarras, teclados) e Bryan Hudspeth (bateria). Foi nesse momento que o grupo adotou o nome definitivo: The Lucy Show.

Bandola e Vandeven, dois amigos canadenses que haviam se mudado para a Inglaterra no fim dos anos 70  dividiam tanto a composição quanto os vocais principais. Ainda assim, o material inicial da banda era majoritariamente assinado por Vandeven, o que moldou o som melancólico da primeira fase.

Em 1983, a banda lançou seu primeiro single, Leonardo da Vinci, pelo selo independente Shout Records. A faixa conseguiu algum destaque ao ser tocada por John Peel na BBC. Curiosamente, foi o guitarrista Barraclough quem assumiu os vocais principais no lado B, com a faixa Kill The Beast.  

No ano seguinte, a A&M Records assinou com a banda e lançou dois singles e um EP sob o selo Piggy Bank, subsidiária da gravadora. Um momento importante aconteceu ainda em 1984, quando a banda enviou uma fita demo para o R.E.M. e acabou convidada para abrir a turnê britânica dos norte-americanos um raro reconhecimento vindo de fora do mainstream.

Em 1985, veio o aguardado álbum de estreia: ...undone. Com guitarras atmosféricas, uma sonoridade densa e introspectiva próxima de nomes como The Cure e Comsat Angels, o disco recebeu críticas elogiosas e alcançou o primeiro lugar nas paradas da revista College Music Journal (CMJ), nos Estados Unidos, feito nada comum para uma banda britânica com tão pouca exposição comercial. Mas a euforia logo deu lugar à frustração: no fim do mesmo ano, a filial britânica da A&M decidiu dispensar o grupo.

Em 1986, o The Lucy Show assinou com a Big Time Records, uma gravadora independente, e lançou seu segundo disco, Mania. Produzido por ninguém menos que John Leckie (futuro colaborador de nomes como The Stone Roses e Radiohead), o álbum marcou uma guinada sonora: guitarras acústicas, piano, gaita, sintetizadores e até metais passaram a fazer parte da paisagem sonora.  

O novo direcionamento trouxe frescor à banda e rendeu bons frutos novamente liderando as paradas da CMJ, e, pela primeira vez, ganhando espaço na MTV com o clipe da faixa A Million Things. Tanto ela quanto o single New Message se tornaram hits no circuito de rádios universitárias.

Mas a maré virou outra vez. A Big Time Records faliu pouco depois do lançamento de Mania, e a banda viu-se sem apoio. Barraclough e Hudspeth foram dispensados, e a dupla Bandola/Vandeven ainda tentou mais uma cartada: lançaram o single Wherever Your Heart Will Go em 1988, pelo obscuro selo Redhead Records. Sem repercussão, ambos decidiram encerrar de vez as atividades do The Lucy Show.

Com o passar dos anos, a banda passou a ser redescoberta por fãs de pós-punk e rock alternativo dos anos 80. Em 2005, Mania foi relançado em CD pelo selo Words on Music, com faixas bônus. Em 2009 foi a vez de ...undone finalmente ganhar uma edição em CD. E, em 2011, saiu Remembrances, uma coletânea com gravações raras e inéditas dos tempos áureos da banda um lembrete melancólico e poético de uma carreira marcada por belas canções e uma sequência de tropeços da indústria. 

Discografia 

Álbuns de estúdio

 ...undone   1985

     Mania    1986

Live, Bath, Moles Club  1987

Remembrances   2011

...Undone, Primary, 1 of 7

 

0 comentários:

Postar um comentário